segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Wikileaks: Analista da CIA afirma que o Quarto Estado morreu

 Texto Traduzido do site Rawstory

Escrito por Nathan Diebenow

Os tradicionais meios de comunicação caíram numa ruína que fez com que toda uma nova abordagem seja necessária para desafiar o complexo militar-industrial-governamental, de acordo com o analista da CIA simpático ao Wikileaks.

“O Quarto Estado está morto”, Ray Mcgovern, do Profissionais de Inteligência Veteranos pela moderação, disse ao Rawstory numa entrevista exclusiva. “O Quarto Estado foi cooptado pelo governo e pelas corporações, o complexo militar-industrial, o aparato de inteligência. “Aprisionado! então não tem mais Quarto Estado”

Mcgovern explica que o termo Quarto Estado, conhecido hoje como os meios de comunicação tradicionais nos EUA, foi cunhado no século XVIII por Edmund Burke um homem de Estado britânico. Dizem que Burke apontou para o púlpito do parlamento e louvou a imprensa por ser a guardiã da democracia.

“isto foi muito significativo naquela época”, diz Mcgovern, “e Só um século depois é que o teríamos Tom Paine, James Madison. Você sabe o que Thomas Jefferson disse? Ele disse que entre ter um governo ou uma prensa, sempre escolheria a prensa. Ele entendia que um governo sem imprensa resulta em despotismo”

Mcgovern, analista da CIA por 27 anos, cujas tarefas incluiam preparar e resumir a agenda do Presidente e presidir as Estimativas da Inteligência Nacional, diz que preferia que o foco da batalha que envolve o fundador do Wikileaks, Julian Assange, se mantivesse na Primeira emenda do que na atual “guerra virtual” em que o Wikileaks está envolvido.

Mcgovern diz que as pessoas modernas podem agora ficar informadas através do que chamou de 5º Estado.

“Felizmente existe um quinto Estado”, ele diz “O quinto Estado existe no éter. Não é suscetível de controle do governo, das corporações, dos anunciantes ou dos militares. É livre. O que é muito perigoso para aqueles que gostam de segredos ou operações secretas. É uma grande ameaça. E o Império – o Golias aqui – está sendo ameaçado por um estilingue em forma de computador e uma pedra através destas emissões lançadas no éter para nossos computadores”

“É impressionante”, acrescenta.

“Será que os EUA e seus aliados servis presentes na Suécia…. seráo bem sucedidos em fazer com que esta situação se torne uma lição sobre o que pode acontecer com uma organização e uma pessoa – uma pessoa demonizada – nomeadamente Julian Assange? O que acontece com aqueles que desafiarem o Império, se quebrarem suas regras?” pergunta Mcgovern.

Ele também questionou o modo como o Procurador Geral Eric Holder lidou com a situação do fundador do Wikileaks tendo em vista que a administração anterior simplesmente “jogou fora” um habeas corpus. Especificamente, ele questionou o que Holder, o mais alto oficial da Lei nos EUA, quis dizer quando afirmou que o Governo Federal usaria “outras ferramentas” para pegar Assange e acabar com o Wikileaks.

O advogado de Assange disse sexta feira que esperava que seu cliente fosse indiciado nos EUA.

“Os principais indícios são as ferramentas extra-judiciais”, Mcgovern disse, referindo-se às notícias da imprensa. “Ainda assim nenhum dos correspondentes teve a coragem de perguntar ‘O que você quer dizer com outras ferramentas?’, ‘Você vai assassinar o cara’”

Mcgovern continua “Eles estão deixando rolar como se fosse outra camisa de Jeff Merrel no Pentágono. ‘Tudo está na mesa. Não regulamos nada’. Bem, você sabe que isto reflete a morte do Quarto Estado. Isto é precisamente por que precisamos de pessoas capazes de sair das amarras do Quarto Estado e fazer o novo”

Mcgovern também destacou o falecimento do Quarto Estado em uma anedota sobre o aniversário de 30 anos da revelação dos papéis do Pentágono, meses antes do 11 de setembro.

“Eles foram longe demais, dois rapazes do New York Times, dois rapazes do Washington Post e todos disseram ‘Eu não sei’, disse Mcgovern “Estava olhando aquilo e pensando ‘puta merda’”

Ele continua, “O impressionante é que estas pessoas ainda se identificam com estes jornais – alguns são empregados por eles. E não só eles dizem isto, como não tem qualquer constrangimento ou remorso. É só o modo como as coisas são hoje em dia.”

Mcgovern afirma que o benefício que o Wikileaks traz é a oportunidade de estar informado e fiscalizar o governo. Acrescenta que as informações do Wikileaks sobre aguerra são a “verdade na terra”, nos documentos que vieram das tropas no Iraque e no Afeganistão.

Mcgovern afirma que o Wikileaks – ou canais como este – tem potencial para tornar o mundo mais seguro e propiciar uma situação em que os cidadãos americanos tenham acesso a informação, cheguem a conclusões maduras, e pressionem o governo para que mude suas políticas.

“Não tenha dúvida da auntenticidade do que eles relatam, e será um novo jogo uma vez que isto esteja acessível aos americanos” ele diz.

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