Ontem, ao ver o presidente Lula descer a rampa do planalto, eu chorei. Imagino a emoção das pessoas que lá estavam e dele mesmo. Com Lula o Brasil se tornou um país mais generoso, mais esperançoso e eu me formei politicamente. Talvez por que eu seja da última geração que presenciou o que os governos neoliberais fizeram ao brasil ou talvez por que eu tenha iniciado minha militância política durante este período, realmente representou muito para mim este momento. Fechou-se um ciclo.
Já no início de seu governo Lula nos provou que tinha tudo para ser um grande chefe de Estado e, apesar do achincalhe realizado pela Globo, salvou ela da falência. Daí em diante foram muitas realizações. Sob Lula reformamos nosso judiciário e aderimos as cortes internacionais bem como progressivamente ganhamos relevância no cenário internacional passando de devedores a credores; nos tornamos autosuficientes em petróleo e descobrimos o pré-sal; valorizamos nosso trabalhador, protegendo e ampliando seus direitos, e aumentamos o salario mínimo; nos debruçamos sobre o problema da educação, expandindo as vagas no setor público e privado tanto de ensino superior como de ensino médio. E tudo isto nos fez cunhar o bordão: “sou brasileiro e não desisto nunca”. Hoje, somos mais felizes que antes e temos esperança no futuro como mostra recente pesquisa que diz que 70% dos brasileiros acredita que o país irá crescer muito nos próximos anos.
E eu? Bom, eu vi uma estrela brilhar quando ainda estava do lado de lá, mas logo ingressei numa organização que marcou indelevelmente a minha vida, a UJS. Com ela estive na pressão pelas mudanças e, quando surgiu o mensalão, sabendo que não podíamos abrir mão do que o povo demorou tanto para conquistar estive com Lula e contra a corrupção. E, não pense que foi fácil não, os do lado de lá não desistiram e nós fomos às ruas pedir a força do povo e dissemos “eu quero mais mudanças”. Deu certo e, por isto, voltamos para casa e botamos o bloco na rua e gritamos “Fora, Meireles” para nós era certo que precisávamos deixar, de uma vez por todas, o legado neoliberal para lá. E o Lula escutou. Não, não saiu o Meireles mas a política econômica mudou, pelo menos um pouco. E olha, ele é bom de escutar, pedimos mais vagas e veio o PROUNI, pedimos reforma e veio o REUNI. Por isto, mesmo não militando há algum tempo me sinto parte desta história e sinto que a pedra fundamental do prédio da UNE no Flamengo pode não ser a marca de que os estudantes conseguiram tudo que queriam, mas a de que eles tem motivos para lutar.
Realmente me deixa muito emocionado este momento! Lula se vai, pelo menos da Presidência, e vejo que com ele se foi minha juventude, pelo menos em parte. Mas não foi em vão, me formei politicamente, no debate, nas salas de aula, nas panfletagens, nas passeatas. O Lula provou a mim e a milhares de outros jovens que vale a pena lutar pelos seus sonhos e que lugar de jovem, ao contrário do que dizem alguns, é na política. Chorei sim, não de tristeza mas de alegria de ter sido mais um pedacinho desta história. Tenho certeza que Dilma continuará seguindo e dando motivos para milhares, e quem sabe milhões, de jovens continuarem sonhando e acreditando que podemos de fato ter um Brasil mais justo.
Obrigado Lula. Boa sorte Dilma. Vocês já mudaram as nossas vidas, tomara que sigam mudando!
O governo Lula, indiscutivelmente, foi um bom governo – o melhor dos últimos anos, eu digo! Os avanços sociais conquistados neste período são satisfatórios, e nos orgulham de sermos brasileiros. Mas a perfeição não encontra-se na terra, muito menos, na terra vermelha brasileira. Jamais desmereço o governo Lula de seus feitos, contudo, reclamo aquilo que acredito que também poderia ter sido feito, mas não foi. A imprensa dita as manchetes o tempo todo: a mesma imprensa que nesta última eleição fabricou a tona notícias anti-petista, agora, em dezembro de 2010 e no mês atual, paparicou o Sr. presidente Luís Inácio. Evidentemente, porque a situação agora é outra. Tudo isso reflete no povo, comove as massas. A grande imprensa é a única que tem esse poder: esquentar e esfriar as massas; fazer do diabo um santo, etc. Na hipocrisia, brasileiros que no mês de Outubro nomeavam Lula de todos os nomes maléficos, agora dizem que o governo Lula foi um bom governo. Mais uma vez reflito sobre o jogo de interesses que existe em todo lugar e tempo. Entretanto, eu não faço parte desse jogo. Não vou agora adjetivar Lula de todos os nomes benéficos, só porque a dança agora é outra. Prefiro seguir fora do ritmo a bailar cinicamente. Afirmo-lhe: Lula colocou o pó Royal no país desde 2003, e o bolo cresceu, mas quando ele foi misturar os ingredientes, provei que o sabor da educação não ficou gostoso, a saúde parece ter um gosto azedo, portanto, embora o bolo seja gostoso, ficou faltando muito tempero em algumas áreas. Digo-lhe não porque li na grande imprensa, mas na escola que eu estudo (melhor escola pública do ensino médio da minha cidade, e figura como um das melhores do estado de Minas Gerais.), meus colegas do 3º ano cometem erros ortográficos gravíssimos, têm dificuldades em contas matemáticas simples, e escrevem textos carentes de uma boa argumentação. E me refiro a uma boa parte deles, por isso, continuo a criticar...
ResponderExcluirGrato também o seu comentário, Paulo Victor. Acredito que sua participação tenha enriquecido os comentários do meu blog, principalmente, pelas informações e sugestões neles contidos.
ResponderExcluirAbraços!
Realmente é de ficar emocionado mesmo. É como se só agora ficasse claro o quanto crescemos e o que o Lula significou, o passado cruel que ele ajudou a deixar pra trás. Sentirei falta dele.
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