O nosso prefeito, já conhecido pelas suas proezas verbais, agora quer “newyorkizar” a mangueira, ahn? (bom foi o que eu fiz quando li, e se você não fez o mesmo vá embora agora, muito provavelmente você não tá no lugar certo). É verdade, ele quer “newyorkizar” a mangueira, sem acabar com o samba é claro.
O que ele quer dizer com isto? que ele fará da mangueira um lugar sujeito à especulação imobiliária? Que em vez dos tradicionais ensaios na quadra teremos espetáculos (caríssimos) de samba? Que nossa história vai ser leiloada? Que transformará um dos redutos históricos de nossa cidade em alguma homenagem (moderna, claro) à processos de outro país?
Olha não sei o que ele realmente quis dizer com isto mas não me parece nada bom. Primeiro por que a referência a uma estrutura estrangeira geralmente não é um bom referencial. Precisamos buscar soluções que se adequem a nossa realidade econômica, espacial, cultural, política, etc.
Segundo, por que num sentido mais ”brando”, que ele mesmo afirma, ou seja, de “glamourizar” o Rio irá destruir o mesmo elemento que nos faz tão conhecidos no mundo, quais sejam, nossa ginga, malemolência, descontração. E isto me faz realmente perguntar que este prefeito tá falando?
Terceiro por que o referêncial que ele utilizou é uma cidade cujo projeto não chegou a bom termo, com altos índices de exclusão social, altos custos, serviços de baixa qualidade, segregação espacial, isto para não falar da crise que se abateu sobre seus imóveis e é consectária da crise sistêmica que vivemos hoje.
Seja lá o que ele quis dizer com isto, só uma coisa pode ser concluída: Paes pretende continuar sua investida liberalizante contra nossa, já caótica, cidade e mais não tem se quer mais o pudor de esconder isto de nós.